segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Pinta esse quadro:

Quem disse que conversar sobre religião não leva a lugar algum? Quando um católico, um testemunha de Jeová, um agnóstico e um ateu se reúnem, leva. O conhecimento de cada um é partilhado, compreendido, absorvido, analisado e comentado. As perguntas não se calam, os cigarros não se apagam, as garrafas não acabam, as risadas não cessam e o trabalho não se cansa de chamá-los.
Os corpos se dispem daquelas tristezas e alegrias e a boca se fecha por um instante para que os ouvidos ingiram uma lição acertada. Ficam sérios.
Chega a risada estridente e, ao serem contadas histórias da infância e da adolescência, os corpos rolam na pedra áspera.
As chamas insistem em se apagar, mas a vontade de que o momento dure por mais vinte tragos é tamanha que uns saem para comprar mais veneno. Saem, mas voltam. Com a geladeira e a piteira abastecida novamente, continuam.
Ah, o trabalho! Monta esse armário!
Ébrios e com as bocas metralhando blasfêmias bem humoradas, finalizam o que fingia ser um objetivo impossível.
O miado esquisito e a sinfonia de sopros se calam e o mundo dorme já de manhã. A baixeza e a inocência das brincadeiras dão lugar ao sono e tudo acaba em sujeira, dever cumprido, satisfação e certeza de que amigos a gente leva no coração, no gargalo e nas marteladas. Apagam-se os cigarros, finalmente.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Balanço(a) do ano.

Ao ponderar durante dois cigarros sobre o que você fez ao longo do ano que passou, você perceber que ele foi só um trago na vida não é lá muito bom. Será?
Você viveu trezentos e sessenta e cinco goles de cerveja da sua vida e, praticamente, não saiu do lugar. Teve uns doze beijos de motivo para se interessar por alguém e fazer com que ela se prendesse a você, mas não o fez. Passou mais de duas mil lições de momentos relevantes, somente por volta de dez shows de situações marcantes e mais de cento e quarenta e três mil palavrões desnecessários.
E para quê? Para ficar sete quilos mais experiente, oras.