terça-feira, 23 de novembro de 2010

Delícia de estorinha.

Após mais um fim de semana diferente e inesquecível, ele chega em casa cansado e com as pernas doendo. Eis que surgem ligações e mensagens de ambas as partes. As primeiras horas da semana útil ia ser, no fim, a chave de ouro a fechar tudo.
Seu corpo leve o esperava sobre a mureta da orla da praia. Uma noite de clima agradável que lhe exigiu nada mais que uma blusa confortável e um par de jeans. A cara limpa, sem nenhum artifício para falsificar uma beleza chata e comum, a fez ainda mais bonita. As marcas e covas eram lindas e o sorriso parecia ainda mais verdadeiro.
Era aquela garota que diriam comum - e talvez até fosse. No entanto, ela não se fazia nada comum para ele. Um moleque largado, sabe-se lá por quê, jogou um casaco sobre si mesmo antes de sair para encontrá-la.
Durou pouco. Mas foi bom. Uma volta pela orla acompanhados de casais, solitários possivelmente em busca de descanso e uns poucos trabalhadores que ali figuravam, mas sozinhos.
Algo que o remeteu a anos atrás, uma época muito inocente. Não havia inocência, porém. A culpa o consumia ao mesmo tempo em que era apenas uma especiaria que dava mais gosto ao momento.
E ela alegre. Tocava-lhe a cintura, as mãos e os braços a todo minuto.
Passou. A semana começaria logo após.